27 de fevereiro de 2006

Porque leitura puxa leitura. Alberto da Veiga Simões

Transmite-se cópia da correspondência do embaixador Alberto da Veiga Simões a José da Veiga Lima, de Paris (1950). Há propagandas que nunca se modificaram e leitura puxa leitura.

Arquive-se.


«Também o nosso Zé há longas semanas não escreve. Sinto que os meus amigos se começam a fatigar com um maçador distante. Esteve aqui o nosso clínico, uma tarde. Contou coisas de Lisboa. P. chega aqui Sábado ou Domingo, parecendo que para abalar logo para Lisboa, pela estrada. O sempre distinto Ferro propagandeia. Alugou o cabaret mais caro de Paris, Chez Carrère, onde cada botelha de champagne custa 10.000 francos, para passar um filme das eleições e pôr a D. Amália (como diz um caso clínico que por aqui consoleia) a cantar fados. No dia seguinte, passa o mesmo filme no Cinema des Champs Elyséès. Sábado grande festança na casa de Portugal, com programa idêntico. Entretanto, o Gang mijando-se para tudo isso, vai passar a semana da Páscoa fora, para não se chocar com Ferro. E assim se gastam algumas centenas + de contos, com grande proveito para a pátria e as batatas, por entre a boa chuchadeira indígena, que come, bebe e alça a perna».

(in Alberto da Veiga Simões – Esboço Biográfico, de Lina Alves Madeira – pág. 216)

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