Pedir informação urgente aos serviços.
Não se arquive. Abra-se processo.
Dia Mundial dos Migrantes
OS DIPLOMATAS COM A “GRIPE DAS AVES” ?
Exmo Senhor Ministro dos Negócios Estrageiros,
Prof. Diogo Freitas do Amaral,
Com um pouco de humor, como o título deixa transparecer, não pode a nossa Federação deixar passar sem um severo reparo, a injustificável ausência de qualquer diplomata português em França (Embaixadores, Cônsules ou outros altos funcionários) aquando da comemoração do Dia Mundial dos Migrantes, iniciativa que a nossa federação levou a cabo, na cidade de Argenteuil (França), no dia 17 de Dezembro p.p., em colaboração com a associação portuguesa local “Agora” e com o apoio da autarquia francesa.
Realmente, é justo perguntar se, nesse fatídico dia, os nossos Embaixadores (em França e na UNESCO), os nossos Cônsules e os altos funcionários que por vezes os substituem nestes actos públicos, não teriam sido TODOS contaminados com esse terrível mal que hoje tanto preocupa as populações : a gripe das aves ?
Será justo considerar possível uma tal eventualidade, jà que todos esses organismos oficiais portugueses (Unesco, Embaixada, Consulado) foram atempadamente convidados e informados do evento. Ninguém disponível, nem ninguém para os substituir ! Agora, começamos a compreender melhor a justeza das posições do actual MNE (que parece terem escandalizado os caciques do “Conselho das Comodidades”) ao pretender limpar as Embaixadas e Missões Diplomáticas de uma parte desses altos funcionários que, pelos vistos, continuam a não funcionar.
O humor, por vezes, ajuda a suportar as humilhações, como essa que os dirigentes da nossa Federação e outros dirigentes associativos portugueses “engoliram”, ao constatarem a total ausência de diplomatas portugueses, enquanto outros países convidados se fizeram representar, com representantes das suas Embaixadas, Consulados e estruturas associativas.
Passamos uns momentos de vergonha, depressa ultrapassados, jà que fizemos nós o papel dos diplomatas, explicando aos numerosos representantes dos outros países (Espanha, Polónia, Turquia, Marrocos, Tunísia, Argélia, etc ... ), como estava organizado o Estado Português, na sua componente dedicada às comunidades (MNE e SECP), como se processava o apoio oficial aos projectos e acções levados a cabo pelo movimento associativo (DGACCP) e como estavam representadas as comunidades junto do governo português (CCP, Federações).
Assim, ou a nossa diplomacia foi atingida por tal flagelo ou então (coisa que nos custa a acreditar) essa diplomacia somente existe para, parafraseando o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, a política das croquetes ou dos “petits fours”. Nós diríamos que em certas manifestações, mesmo sem grande utilidade ou impacto, levadas a cabo por certas organizações, nessas os diplomatas não falham ! Até são capazes de organizar as suas agendas para não faltarem !!
No dia 17 de Dezembro último, a comunidade portuguesa sofreu um grande revés, na imagem de seriedade, de profissionalismo e de serviço público, que deveria ter dado, e não deu, a diplomacia portuguesa.
Por essas e por outras é que a nossa Federação concorda em absoluto com as palavras e, esperemos, com os actos do actual Ministro do Negócios Estrangeiros ao criticar uma certa diplomacia herdada do tempo do caricato Martins da Cruz.
Em vez de fecharem Consulados e Embaixadas, como se fez no tempo do José Cesário de triste memória, reduza-se o numero de Conselheiros, de tudo e de nada, que inundaram as Embaixadas e cujos salários dariam para reforçar outros serviços, consulares por exemplo, onde existem lacunas.
E os “conselheiros das comodidades” que verteram lágrimas de crocodilo, pelo destino que teriam os tais altos funcionários, com altíssimos salários, melhor fariam de ter mais dignidade, arregaçar as mangas e mostrar o que valem, em vez de se porem em bicos de pés, para que os vejam ... e talvez arranjarem assim, eles também, alguma sinecura bem paga.
Senhor Ministro, não é a primeira vez que a nossa Federação critica certas atitudes ou comportamentos, que nos parece menos consentâneo com a dignidade e respeito que nos merece o Estado, cuja defesa é dever de todos os cidadãos.
Também acontece que outras atitudes ou decisões mereçam da nossa parte apoio ou aplauso.
Desta vez, o nosso dever de cidadãos portugueses, exige que se esclareça se, no dia 17 de Dezembro último, os nossos diplomatas em França foram todos atingidos pela gripe das aves, epidemia de tal forma fulminante que provocou uma razia nos seus próprios substitutos.
Se tal for o caso, solicitamos que a comunidade portuguesa de França seja informada dessa dramática e perigosa situação, deixando assim no futuro de convidar e associar a diplomacia às suas manifestações ... para evitar ser contaminada !
Com os nossos melhores cumprimentos e desejos de um Ano 2006 pleno de sucessos ao serviço de Portugal e das Comunidades Portuguesas,
Pelo Secretariado Nacional da FAPF,
José Machado
Presidente da Federação
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