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03/02/2006 17.40.54 CRISE NA IGREJA ANGOLANA PROSSEGUE: BISPO ACUSADO DE "LIMPEZA ÉTNICA" EM CABINDA
Luanda, 02 fev (RV) - A crise da Igreja Católica em Cabinda, Angola, agravou-se subitamente com as novas medidas tomadas pelo Administrador Apostólico da Diocese, Dom Eugênio Dal Corso, que foi acusado de estar efetuando uma "limpeza étnica".
Num momento em que Cabinda está sob forte controle policial, em conseqüência da interdição da comemoração dos 121 anos do Tratado de Simulambuco, e com o forte cerco policial em torno das casas de P. Jorge Casimiro Congo e P. Raul Tati, Dom Eugênio Dal Corso decidiu prosseguir com a aplicação de medidas radicais, visando a imposição do novo Bispo de Cabinda, Dom Filomeno Vieira Dias.
Segundo observadores locais, a ação do Bispo de Saurino e Administrador Apostólico de Cabinda visa "esvaziar Cabinda do clero local, substituindo-o por padres favoráveis à chegada de Dom Filomeno Vieira Dias". Nesse contexto, Dom Dal Corso fechou os seminários propedêuticos e de filosofia e afastou alguns padres de suas atividades pastorais. Em seu lugar foram colocados outros padres, vindos de fora.Algumas fontes garantiram que "a purificação étnica que Dom Dal Corso pretende fazer no clero de Cabinda atingiu proporções dramáticas e que poderá originar reações pouco católicas, por parte da população". Garantiram também que o Administrador Apostólico teria pedido a Dom Paulino Madeca, Bispo emérito de Cabinda, para informar a população sobre as "mudanças". Dom Madeca teria respondido negativamente a tal pedido.
De acordo com as mesmas fontes, Dom Dal Corso terá já ameaçado "acabar com a Diocese de Cabinda, caso o povo não aceitasse o Bispo nomeado", criando uma situação que tem provocado a reação de vários membros do clero, que acusam o prelado de "abuso de poder" e de "desrespeitar completamente o Direito Canônico".
Cerca de um ano após Dom Filomeno Vieira Dias ter sido indicado para a Diocese de Cabinda, o Bispo ainda não se transferiu para sua sede, em virtude da forte contestação provocada por sua nomeação. Numerosos fiéis têm abandonado a Igreja Católica, sendo rapidamente "acolhidos em perigosas seitas que florescem em Cabinda". (MZ)
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