19 de janeiro de 2005

Mais Banguecoque. MNE promete...

Para que conste, transcreve-se do Ponto Final (Macau) de 19 de Janeiro.

Arquive-se.

António Monteiro promete analisar queixas
(in Ponto Final, portal do Diário de Macau, de 19 de Janeiro de 2005)

Sampaio veio ontem em defesa de António Monteiro pela actuação do MNE após a tragédia de 26 de Dezembro. O ministro mantém que a diplomacia portuguesa esteve bem no essencial, mas admitiu também alguns erros a corrigir no futuro

O presidente Jorge Sampaio defendeu entretanto a actuação do ministro dos Negócios Estrangeiros face ao maremoto asiático de 26 de Dezembro, sublinhando que António Monteiro tem assumido responsabilidades que vão além daquelas que devia ter.
Criticado pela imprensa e por muitos familiares e vítimas dos maremotos - essencialmente os que estavam na Tailândia - , António Monteiro, o chefe da diplomacia portuguesa, viu Jorge Sampaio sair em sua defesa ao ser questionado pelos jornalistas sobre a forma de actuação da embaixada de Banguecoque.
"Quero dar a minha solidariedade a todos aqueles que foram atingidos pelo tsunami. É uma desgraça brutal, é uma desgraça para a qual ninguém estava verdadeiramente preparado. O ministro tem assumido responsabilidades que vão para além daquelas que devia ter", afirmou Jorge Sampaio.
O Chefe de Estado português acrescentou ainda que além de tentar "minorar o sofrimento das pessoas que foram atingidas nas suas famílias por essa grande tragédia" é preciso também "olhar em frente".
Já António Monteiro garantiu que nunca Portugal teve uma atitude "tão rápida" como a do apoio que deu às vitimas dos maremoto, exemplificando com o montante de 12 milhões de euros atribuído para operações de auxílio, numa altura em que o país atravessa conhemcidas dificuldades financeiras.
Sobre as eventuais falhas da rede diplomática, o ministro prometeu avaliar e corrigir mas sustentou que não as considera "extremamente graves" de tal modo que possam dar origem a inquéritos oficiais. “Há queixas, que vão ser analisadas, mas não me parece que se deva falar da necessidade de processos disciplinares”.
O ministro elogiou a este propósito a forma como algumas críticas lhe foram apresentadas, de uma forma sistematizada, por Armando Coutinho, cunhado de uma das residentes de Macau ainda desaparecidas, num encontro realizado anteontem. “Além de referir naturalmente o que correu mal, não deixou de ter uma atitude construtiva ao apresentar sugestões para o futuro, algumas delas muito úteis”, disse o ministro.
"Estamos a aprender as lições com um tragédia muito grande. Amanhã (terça-feira) em Kobe haverá uma conferência mundial sobre desastres e haverá uma sessão especial sobre tsunamis onde Portugal tem uma proposta concreta para alertas no Atlântico e no Mediterrâneo", acrescentou António Monteiro, referindo ainda que a proposta é no essencial coincidente com aquela que a China já preparou para a zona do Pacífico.
Nas declarações aos jornalistas, o ministro e diplomata também salientou que as preocupações do ministério não estavam apenas direccionadas para a Tailândia, onde se encontravam muitos portugueses, mas também para outras paragens onde surgiam informações sobre turistas nacionais e onde nem sequer havia embaixada portuguesa, como era o caso das Maldivas.
António Monteiro reconhece ainda que apesar de considerar globalmente positiva a resposta portuguesa, houve falhas ao nível da "afectividade e do relacionamento" mas que também poderão ser justificadas com a presença de apenas dois funcionários na embaixada de Banguecoque.
Os maremotos de 26 de Dezembro do ano passado deixaram um rasto de destruição e morte por todo o sul e sudeste asiático.
Continuam desaparecidos oito portugueses na Tailândia na sequência da catástrofe, dos quais cinco residentes de Macau.

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