20 de novembro de 2008

Pesadelo ibérico Mais um a revolver

Enquanto estiver online pode ser lido → Aqui , mas para que conste, com a devida vénia, transcreve-se notícia do diário Público (hoje, 20 Nov 2008, pág. 6) dando conta de como um espanhol já mete a foice a seara alheia.


Escritor Pérez-Reverte

defende união ibérica

Público - 20.11.2008, pág. 6

As referências à ilustração, são obviamente
da responsabilidade de Notas Formais


O escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte defendeu a existência de uma Ibéria, um país único, sem fronteiras que separem Espanha e Portugal, porque é "um absurdo" que os dois países vivam "tão desconhecidos um do outro".

"Há uma Ibéria indiscutível que está entre os Pirenéus e o estreito de Gibraltar (Fig.1) , com comida, raça, costumes, história em comum e as fronteiras são completamente artificiais (Fig.2) ", disse o escritor à agência Lusa, de passagem por Portugal para o lançamento do romance Um dia de Cólera.

Para Pérez-Reverte, o maior erro histórico de Filipe II, no século XVI, foi não ter escolhido Lisboa como capital do império: "Teria sido mais justo haver uma Ibéria, e a história do mundo teria sido diferente (Fig. 3) ."

O escritor disse que essa Ibéria não existe hoje administrativamente, mas "qualquer espanhol que venha a Portugal sente-se em casa e qualquer português que vá a Espanha sente o mesmo": "Houve dificuldades históricas que nos separaram, mas a Ibéria existe. Não é um mito de Saramago (Fig. 4) , nem dos historiadores romanos. É uma realidade incontestável" que precisa de um empurrão social e não político para se concretizar.

Pérez-Reverte acha "um absurdo que Portugal e Espanha vivam sempre tão separados, tão desconhecidos um do outro", já que deviam olhar para a Europa como ibéricos, porque o mundo de hoje "é um lugar de grandes mudanças sociais": "Esse Ocidente pacífico, sereno, poderoso, com uma certa coerência cultural e social do século XX, não poderá continuar. O Ocidente, tal como o entendemos, está na sua etapa final."

Arturo Pérez-Reverte, de 57 anos, é um dos escritores mais populares das letras espanholas da actualidade, com obra traduzida em quase trinta idiomas. Antigo repórter de guerra, dedica-se em exclusivo à escrita desde finais dos anos 80, tendo editado romances como O Cemitério dos Barcos sem Nome, Território Comanche, O Hussardo, O Pintor de Batalhas e os seis romances da série de aventuras Capitão Alatriste.

A sua nova obra, Um Dia de Cólera, é "um livro de História em forma de romance" sobre a revolta popular de Maio de 1808 em Madrid contra as tropas francesas de Napoleão, durante a Guerra Peninsular em Espanha.

"A tragédia desta guerra é que se lutou por um equívoco. França era a modernidade, era o futuro, era a Europa que aí vinha e o que as pessoas defendiam era a Espanha velha, antiga, de ministros corruptos. É uma guerra admirável, heróica, mas terrível."

"A Ibéria existe. Não é um mito de Saramago", diz Pérez-Reverte. "É um absurdo que Portugal e Espanha vivam tão separados"

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