Comunicações sobre o que foi escrito, ouvido e observado na política externa e nas relações internacionais
18 de maio de 2008
Lições da diplomacia vaticana
SABEDORIA DE AGENDA Não no próprio dia dos 60 anos de Israel, que daria muito nas vistas, mas dois dias antes que produz o mesmo efeito sem a inconveniência de passar diplomaticamente despercebido, Bento XVI recebeu as cartas credenciais do novo embaixador de Telavive junto da Santa Sé, Mordechay Lewy. O Vaticano calcula meticulosamente a agenda. E o discurso. Nada ao acaso.
Dois coelhos numa só cajadada. Começou Bento XVI por dizer a Mordechay Lewy (foto ao lado) : «A Santa Sé une-se a vós para dar graças ao Senhor para que sejam cumpridas as aspirações do povo judeu em possuir uma casa sobre a terra dos seus ancestrais e espera ter em breve a felicidade de rejubilar quando uma paaz justa resolver finalmente o conflito com os Palestinianos».
Pedal a fundo nas consonâncias:«As cidades santas de Roma e Jerusalém representam uma fonte de fé e de sabedoria de capital importância para a civilização ocidental, pelo que os laços entre Israel e a Santa Sé têm uma ressonância mais profunda que aqueles que derivam formalmente da dimensão jurídica das nossas relações».
A necessária salvaguarda ao de leve:«Os cristãos não são os únicos a sofrer as consequências da insegurança e da violência (...) mas são, em muitos aspectos, particularmente vulneráveis neste momento». Mais: «Estou consciente de que as dificuldades dos cristãos na Terra Santa estão relacionadas com a continuada tensão entre as comunidades judaica e a palestiniana. E depois de «a Santa Sé reconhece o direito legítimo de Israel à segurança e à sua própria defesa, e condena firmemente qualauer forma de antisemitismo», isto: «Peço ao vosso governo que faça todos os esforçoa possíveis para aligeirar as privações de que a comunidade palestiniana sofre, dando-lhes a liberdade necessária para desenvolver as suas actividades legítimas, designadamente o de delocação aos seus lugares de culto para que possam usufruir de de maior paz e segurança».
Por fim o acidental importante: Bento XVI aborda o processo de negociação com Israel sobre questões económicas e fiscas, manifestando desejo que os acordos sobre essas questões «sejam rapidamente integrados no sistema legislativo interno de Israel para assegurar bases duráveis de uma cooperação frutuosa».
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