9 de março de 2007

Como é possível? Quem ficar indiferente diga porquê

Para que se veja o que acontece, leia-se também o que sucede na Guiné-Bissau. O texto é de Fernando Casimiro, colocado no seu site que se indica no final.

Arquive-se.

O sofrimento e as interrogações

no olhar de uma jovem mulher

da Guiné-Bissau


Fernando Casimiro (Didinho)

Hoje, celebra-se o Dia Internacional das Mulheres. Quero elogiar todas as Mulheres do Mundo e em especial as Mulheres da Guiné-Bissau, que continuam a ser vítimas dos mais bárbaros actos em nome de uma Tradição que teima em não respeitar a pessoa humana e se manifesta de forma ignorante na abordagem das práticas tradicionais prejudiciais ao nosso povo e, particularmente às nossas Mulheres.

Recebi ontem as imagens que vos apresento neste texto. Fiquei chocado com o que vi! Posso imaginar o sofrimento e as interrogações desta jovem Mulher guineense...Até quando isto?

Esta jovem foi amarrada e torturada pelos próprios familiares que a queriam obrigar a um casamento de conveniência.

Na Guiné-Bissau, segundo certos usos e costumes, os pais ou familiares é que decidem com quem as filhas ou parentes se vão casar.

Para além da questão dos casamentos forçados, as Mulheres guineenses sofrem com a questão da mutilação genital, feita na maior parte das vezes a crianças.

Muito se tem escrito e falado sobre estas duas questões, sem se saber concretamente o que é que o Estado guineense pretende fazer para acabar com estas práticas!

Ainda que se afirme que estas práticas simbolizam a Tradição ou vão de encontro aos usos e costumes, deveriam ser definidas como opção e sempre da Mulher e nunca por imposição de quem quer que seja.

Os guineenses devem unir esforços no sentido de denunciar, condenar e acabar com comportamentos que continuam a entravar o desenvolvimento do país.

Que não se confundam os actos bárbaros de uma Tradição retrógrada com a nobreza da Tradição com que cada guineense se deve orgulhar na definição da sua identidade.

Somos um povo, tal como todos os povos do Mundo, feito de Homens e de Mulheres.

Estou com as nossas Mulheres, pelos seus Direitos, pois que dos seus Deveres não nos devemos queixar.

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