Grande poema, a Mensagem de António Braga. Falta a rima, mas em verso compreende-se melhor. O texto está na íntegra e o ideal seria ser musicado por António Vitorino de Almeida.
Arquive-se.
Canto único
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As celebrações do Dia de Portugal, ao assinalarem
no plano do simbólico a natureza e o grau de compromisso
entre todos os portugueses, vincando a ideia de pertença
e projecto colectivo, permitem igualmente a partilha
de uma visão quanto à realização do programa
do governo que concorre para a valorização
e respectivo reconhecimento das comunidades
portuguesas e dos luso-descendentes,
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no âmbito de uma acção eminentemente
reformista que visa construir as condições
para o progresso e para o desenvolvimento.
As circunstâncias do tempo presente, os complexos
desafios que cada país vai enfrentando,
constituem razão importante para uma maior
e mais atenta participação cívica de todos.
Em Portugal e no estrangeiro. E, valha a verdade,
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há cada vez mais portugueses a envolverem-se
social e politicamente nos destinos dos países
de acolhimento, dando dessa forma maior
visibilidade às respectivas comunidades
e valorizando o exercício da sua cidadania.
Desde sempre muito bem integrados, alvos
de publicas referências ao seu civismo, seriedade,
dinamismo e capacidade criativa, faltava
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essa maior e mais responsabilizante participação
das comunidades, individual e colectivamente.
É um processo geracional, certamente,
mas que, em crescendo, favorece a afirmação
de uma cultura democrática, tão importante
como resguardo fundamental de direitos
essenciais na era da globalização. O movimento
associativo é outra vertente de realização
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cívica, embora na sua face mais intimista,
cujo dinamismo poderá revigorar-se,
oportunamente, adequando-se as organizações
às novas circunstâncias que interpelam
a natureza fragmentária do seu actual modelo.
Há exemplos de bem sucedidas aglutinações
que, por si, potenciam as capacidades e envolvem
melhor a comunidade, pela conjugação
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das virtudes do movimento associativo que tendem
a unir e juntar meios para melhor intervir.
Paralelamente, assiste-se a uma crescente
importância da língua portuguesa em todo
o Mundo, enquanto instrumento de trabalho,
quer no campo laboral, quer como marca
civilizacional em Organizações e Fóruns
internacionais. Há hoje perto de 220
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milhões de cidadãos a falar português,
nos lugares mais díspares e distantes,
cuja relevância é cada vez mais reconhecida
pelas potências económicas, em que o critério,
insuspeito, é o da necessidade, na relação
e na aproximação a continentes onde o português
é língua oficial. Acresce que são países
e continentes com possibilidades
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de progressão e afirmação ainda embrionárias,
o que permite reforçar a ideia de futuro
para o falar português. Para além da riqueza
cultural daí resultante, nascem oportunidades
e mais desafios para motivar os jovens
na aprendizagem da língua portuguesa.
Por outro lado, o mundo empresarial
constituído pelos portugueses espalhados
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pelo mundo é um outro valor cuja energia
pode ser canalizada, em parcerias,
para afirmação e internacionalização
da economia portuguesa. O ponto de partida
será realizado através de um programa,
o Netinvest, cujo objectivo consiste
em promover a aproximação do país
a esses empresários, de modo a favorecer
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o seu relacionamento estreito, fomentando
as exportações nacionais e proporcionando
oportunidades de investimentos em Portugal.
O país tem esse dever de proporcionar
as condições de confiança ao investimento,
quer em parcerias, quer em projectos autónomos
em Portugal. Acresce o facto de nas comunidades
haver inúmeros casos de sucessos empresarias,
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quase todos desconhecidos dos congéneres
portugueses, mas cuja importância tem
o reconhecimento dos mercados internacionais.
Vivem-se, pois, tempos novos em matéria
de Comunidades e da sua afirmação positiva.
Mas ninguém vive sem memórias e, por isso,
em Outubro, durante a presidência portuguesa
da União Europeia, tendo em vista a criação
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do Museu das Comunidades Portuguesas,
levar-se-á a efeito uma Exposição, em Lisboa,
sobre a Memória da Emigração, que visa
dar a conhecer o espólio das Comunidades
Portuguesas no último século e contará
com a colaboração da Presidência da República.
Nesta exposição haverá uma componente
ligada às novas tecnologias, nomeadamente
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através do acesso a plataformas electrónicas
que promovam a cultura portuguesa no estrangeiro
e o acesso a procedimentos a distância
no âmbito do Consulado Virtual. É, pois,
nesta visão reformista, pela afirmação
de Portugal, dentro e fora do seu espaço
geográfico, que se insere a reestruturação
da rede consular, adaptando-a a uma concepção
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moderna e a um rumo mais ajustado
à nossa realidade, mas também às nossas ambições,
substituindo a burocracia pela agilidade
e garantia de serviços mais qualificados,
protegendo direitos na relação
com a administração pública.
As necessidades de proximidade física,
sobretudo na Europa, estão felizmente
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muito mitigadas pelos direitos decorrentes
da cidadania europeia mas também pelos novos
meios disponibilizados para aceder aos diferentes
serviços. Desde o primeiro estudo
realizado que houve a preocupação em garantir
as condições para o melhor apoio e serviço,
redimensionando a rede consular à luz
das novas condições e realidades em presença
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Haverá melhor serviço e mais qualificado apoio
consular depois de concluída a reforma
no final do corrente ano. Se Camões pode inspirar
os nossos dias, nas actuais circunstâncias
complexas, construção será a palavra
adequada para o devir colectivo, tal como
a sua poesia o foi para a Pátria. Uma das maiores
grandezas das Descobertas por ele cantadas,
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mesmo a navegar contra os ventos, foi
a construção de um mundo novo. Essa
é a responsabilidade que passa de geração
em geração e que os portugueses residentes
no estrangeiro conhecem melhor que ninguém.
(…)
(…)
(…)
Fim
3 comentários:
Nem precisa de ser musicado...
isto é mesmo só música.
A mesma música de sempre!
Quanto às "melhorias consulares" é de perguntar onde é que estão essas melhorias (na Holanda, consulado de Roterdão abandonado à sua sorte )ou em França e noutros locais. Pelo que conheço, tudo continua como dantes.
O´ António, vai para Braga tomar uns drinks com o teu amigo Mesquita Machado e deixa-nos em paz!
Senhor SECV, penso ser a vontade (não virtual) expressa por toda uma comunidade,
de 5 milhões dos nossos compatriotas, de fazer alguns comentários sobre a Mensagem
de S.Exa. por ocasião das Comunidade Virtuais, de António Virtual e Comunidades
Virtuais.
Citar Camões, como V.exa cita, ou pouco sabe da historia portuguesa, ou certamente
está a citar a poesia virtual, esta precisamente que penso não ser para este século, mas
talvez quem saiba num futuro muito virtual, onde o Secretário de Estado seja virtual,
aspirando certamente criar uma grande felicidade para a nossa Comunidade VIRTUAL.
Se Bill Gates, passou por Portugal, no intuito de prestar aconselhamento no
desenvolvimento tecnológico do nosso querido País, certamente deixou uma marca
bem especial, a virtualidade de uma nova doença que se chama, A VIRTUALIDADE
AGUDA, nomeando o profeta António VIRTUAL, o mensageiro de uma nova ordem
Mundial de transmitir uma mensagem Virtual para uma Comunidade virtual, onde os
Consulados são virtuais, os utentes virtuais, as classes de aulas de português virtuais, o
apoio social virtual, o numero de portugueses no estrangeiro virtuais, e a grande
exposição da Comunidade Virtual certamente será virtual, a única a ser realizado este
ano Virtual.
Vamos todos assinalar este dia no plano simbólico a natureza do grau de compromisso
virtual entre todos os portugueses virtuais, aqueles que certamente irão nascer na lua,
ou num futuro espaço virtual, vincando a ideia de pertença a um projecto colectivo
virtual, que permitem igualmente a partilha de uma visão virtual quanto ao realizador
virtual do programa do governo que concorre para o respectivo reconhecimento das
Comunidades virtuais e dos luso-virtuais, no âmbito de uma acção eminentemente
reformista que visa construir condições para o aperfeiçoamento e para a expansão de
uma sociedade virtual, aos cinco continentes onde residem cinco milhões de futuros
cidadãos virtuais, onde o epicentro deste grande tsunami de virtualidade se situa na
Secretaria de Estado das Comunidade Virtuais.
Falo da questão dos Cônsules. Actualmente, estes lugares são desempenhados por diplomatas de carreira. E convenhamos, tem toda a lógica que assim seja.
Mas o Governo parece achar que não. Ao que se sabe, está em fase final de preparação um diploma que prevê que estes lugares passem a ser preenchidos por despacho ministerial, não tendo a pessoa designada que ser da carreira diplomática, nem sequer da função pública.
Ou seja, o PS prepara-se para criar nova legislação que o habilite a nomear amigos, camaradas e afins para o desempenho de importantes cargos de protecção de interesses e direitos fundamentais dos cidadãos portugueses no estrangeiro. Um verdadeiro escândalo.
Trata-se de politizar lugares que não o deveriam ser. Trata-se de colocar amigos em bons lugares, sem qualquer critério, mérito ou seja o que for.
Recorde-se que, actualmente, os lugares de cônsules são preenchidos por diplomatas, aquando do movimento ordinário desta carreira especial da Administração Pública. Tal colocação obedece a um processo, com regras, e no qual os “pares” reunidos em Conselho Diplomático após análise, debate e ponderação submetem uma proposta de colocações no estrangeiro ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, para que este a homologue.
Por outro lado, é incompreensível esta atitude do Governo quando no passado o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral, ministro deste mesmo Governo, declarou publicamente ser um escândalo a existência de lugares nas embaixadas (carreira do pessoal especializado) que careciam apenas de despacho ministerial para a colocação, e que mais não eram do que lugares de refúgio para diversos aparatchiks políticos.
Aliás, Freitas reduziu, enquanto Ministro, 1/3 desses lugares, e preparou legislação para criar regras claras e imparciais de acesso a esses lugares, através de concurso público. Infelizmente esse processo foi parado pelo actual MNE.
Hoje percebe-se porquê.
Além dos lugares de preenchimento político que já havia, o PS prepara-se para criar mais. Afinal de contas foram prometidos 150.000 empregos em campanha. Só não disseram era para quem…
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