31 de janeiro de 2006

Angolano sabido. Defensor da «Gasosa»...

Levamos ao conhecimento de VEXA, teor de carta deixada em mão nesta Missão, dissertando sobre o comportamento de um duplo, suspeitando nós que é triplo senão mesmo quádruplo. Esse duplo é um tal Dos Santos e que veiculou uns considerandos que são falsos para o fórum PortugalClub dirigido pelo nosso embaixador honorário Casimiro Rodrigues. Chama-se em especial a atenção de VEXA e também do SECCP António Braga para o ponto 5 que é verdade e não há medo em dizermos que é verdade.

Arquive-se.


Chama-se Gasosa em Angola
corrupção em Portugal

1. O carimbo de que o individuo fala é prática comum da UE (e não CEE, esta já foi, o dito Santos, por ter dupla nacionalidade e estar aqui há mais tempo do lá não percebeu que as coisas mudaram lá pela Europa),

2. Quanto ás filas, o individuo mente, pois até Sexa Ministro quando aqui veio pode constatar isso, a não ser que duvide do Ministro Freitas do Amaral.

3. O Cônsul agora exonerado fez aquilo que nunca nenhum Cônsul antes tinha feito, com vista a facilitar a vida quer a portugueses, quer a angolanos (em qual se inscreve o dito Dos Santos?), ou seja, separou os guichés para angolanos e portugueses e assim cada requerente, cujos assuntos são diferentes, Vistos para angolanos, documentação diversa para portugueses (passaportes, certidões, BIs, etc e tal) passa a despender menos tempo nos guichés do Consulado. Portanto, falar de filas imensas é mentira e demagogia. Pode acontecer que em certas alturas do ano, Natal, Verão apareça mais gente, mas NADA DO QUE SE PASSAVA COMO ANTERIORMENTE! esse senhor que vá ao Consulado de Angola em Lisboa e peça lá um documento ou um Visto e vai ver quanto tempo demora e de que tamanho é a fila ali !! A Elizabeth Zimbrão não só trata mal os portugueses, como os próprios nacionais angolanos, que o diga o próprio Embaixador de Angola em Lisboa, que bem a criticou aqui, em Luanda.

4. Quanto à carta do Ismael Mateus, que convém referir foi publicada no Jornal Oficioso do MPLA, O Jornal de Angola, o ÚNICO DIÁRIO que se publica em Luanda, só é possível por Angola estar longe de ser um país democrático, com imprensa livre não controlada pelo Estado. Em Portugal nunca haveria espaço para um qualquer Ismael Mateus fazer pressão sobre um Estado com quem mantemos relações diplomáticas normais. Só em Angola!

5. Por fim, é de facto verdade que os Vistos aqui, em Luanda, são concedidos rapidamente...ao contrário da Cônsul Zimbrão que demora 3 semanas...com instruções da sua superiora hierárquica aqui a famosa Dr.ª Quina da DEFA (equivalente ao nosso SEF), a Quina que cobra aos portugueses aqui, são inúmeras as queixas, quantias exorbitantes em USD para poderem manter-se aqui a trabalhar. Em Portugal a isto chama-se CORRUPÇÃO, aqui em Angola chama-se "Gasosa". O dito Dos Santos sabe tão bem isso como todos nós!
Resumindo, é gente como o Dos Santos, meio angolano, meio português, que só prejudicam as relações entre Portugal e Angola. O Sr. Dos Santos é um VÓMITO. Não chateie e vá à vida.

6. Vamos a ver se o tal ditado tem razão: atrás de mim virá quem de mim melhor dirá: ou seja, este ainda vai ser um Cônsul a recordar. Procurou moralizar e foi o que deu. O que o Dos Santos esperava era o tratamento que costumava obter da anterior Chanceler, hoje já constituída arguida pelo tribunal em Portugal, a troco de uns USD que ele dava só para passar à frente de outros angolanos! Cuide-se Dos Santos e tenha cuidado, sabemos quem é!

ANÓNIMO de LUANDA!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ontem, acidentalmente encontrei o meu caro Carlos da Maia acompanhado, como sempre, do seu inseparável Ega. Carlos estava no auge da sua indignação e barafustava, gesticulando e agitando a fina, mas rija bengala, de castão em prata, que adquirira num dos antiquários que proliferam ao longo do Sena. Ega tentava serená-lo mas em vão. Finalmente quando deu atenção à sua volta e me viu perguntou-me com ar atónito se eu já tinha reparado nas ultimas decisões do Governo relativamente a Luanda. Afinal, quase berrava descontrolado o caro Carlos, cumprir a Lei, defender a imagem do país, ser flexivel dentro da razoabilidade era crime para o secretário de Estado cujo nome nem se atrevia a pronunciar. O Ega bem tentava acalmá-lo mas qual quê. Carlos estava absolutamente descontrolado. E o embaixador, sublinhava o Carlos, "treme como vimes só de ouvir um angolano protestar, esquece os compromissos europeus da nação" aceita e fomenta a errada ideia de que o Consulado é uma qualquer repartição da embaixada. O Ega por seu turno ia tentando desculpar o embaixador chamando a atenção de Carlos para as influências astrológicas, aparentemente imperava o signo do carneiro em toda essa confusão. O narciso embaixador não era tão culpado quanto isso, insistia o Ega numa vã tentativa de acalmar o nosso Carlos da Maia. Mas Carlos voltava à carga, desta vez contra o secretário de Estado, nomeado aparentemente pelo novel partido neosocialista vencedor das últimas eleições. O presidente a ser, "maldita republica", exclamava num àparte, não só se pensava iria trazer de volta M. De La Croix como se prepararia, fala-se, para ir buscar o Mr.X.que "pactua com as ilegalidades na sua legação" "A legação também devia ser alvo de um inquérito, então saaber-se-ia oficialmente o que se fala pelos cafés", insistia Carlos. Ega e eu sentimo-nos impotentes perante a lógica de Carlos da Maia para quem isto "só com umas boas bengaladas em pleno Chiado", como fizera do infama Dãmaso, "se resolveria". E invocava o meu veneziano testemunho sobre o tempo que o acompanhei ao consulado da avenida republicana onde teve de pagar mais que previsto por um visto que demorou tanto tempo que impediu que se deslocasse a África. Desisti. Entrei na Brasileira e beberriquei o meu café, acendi um charuto e após umas baforadas dei comigo a pensar que afinal o Carlos tinha razão, nada mudara desde os seus tempos.